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31.12.20

2020 - se não foi o ano do futuro, eu reiventei-o!

2020 - se não foi o ano do futuro, eu reiventei-o!

Tendo sendo este um ano atípico, despeço-me também dele de uma forma diferente: estão a ver bem, em vez dos habituais momentos favoritos em lista, este ano teremos uma retrospetiva em prosa. Sinto que, mais do que enumerar tudo o que vivi, faz mais sentido descrever tudo o que senti, dado que 2020 foi, pelo menos, a meu ver, uma jornada interior. Aviso já que é impossível fazer uma retrospetiva de 2020 sem falar do elefante na sala, por isso, nem sequer vou tentar. Se lerem Covid 500 vezes neste post, paciência. Fora 9 dos totais 12 meses, não dá para ignorar, nem que quisesse.  

2020 começou comigo numa festa entitulada "Os Novos Loucos 20" e estes anos 20 começaram de forma louca, só não como esperávamos. Tivemos 2 mesinhos de liberdade antes de ficarmos confinados em março e, juro, parece que de março a maio o tempo passou tortuosamente devagar. A partir de maio, foi num piscar de olhos, ainda nem deu para assimilar o "novo normal". É só este o único motivo - que fez a minha ansiedade andar aos picos no primeiro semestre - pelo qual não considero 2020 o meu ano preferido porque, fazendo um balanço das coisas, deu-me muitas mais razões para sorrir,  portanto nem tenho razões para me queixar.

Num ano cheio de incertezas, eu encontrei certezas - melhor dizendo, vi com outros olhos certezas que já existiam, na verdade. Certeza que, mesmo que o caminho não seja linear, cheio de passos à frente e outros tantos retrocessos, consigo chegar sempre onde quero chegar. Certeza que sou e serei sempre uma excelente enfermeira, que terá sempre uma posição em algum lugar, mesmo como introvertida. Certeza que a arte é o que nos consola sempre, na guerra e nos fins de semana fechados em casa - e que continua a existir bom conteúdo, mesmo que não pareça, com o mundo a tentar-nos bombardear tanta informação inútil todos os dias. Certeza que nada abala o meu entusiasmo por aniversários, e que consigo adaptar sempre todas as celebrações. Certeza que tenho uma pessoa mesmo especial como parceiro, que nem uma quarentena de 2 meses separa - como costuma dizer uma citação que gosto muito "a distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo: apaga os pequenos e inflama os grandes". Certeza que tenho uma família que, mesmo não podendo fazer as reuniões à la ciganos como fazíamos antes, continua a responder mais rápido que os bombeiros a todas as emergências de saudades, fazendo chegar os packs de doces, fotos e vídeos para apaziguar um pouco as saudades, se não der para a apagar. Certeza que continuo muito orgulhosa da mulher que me estou a tornar, seja qual for o caos que o mundo esteja a viver. 

Para 2021, tenho apenas alguns desejos abstratos (não confundir com resoluções das quais não sou adepta) Para começar, em 2021 vamos largar de vez essas resoluções pois podem sair-nos furadas com outra quarentena - não significa que deixemos de fazer planos, apenas os começaremos a fazer sem prazo limite, pelo ter o simples prazer de antecipar algo. Em 2021, ninguém nos vai dizer "esquece isso", porque ainda estamos a processar março de 2020 - talvez seja desta que aprendamos que ninguém ultrapassa nada à mesma velocidade. Em 2021 se aventura do dia  for  a volta ao nosso quarteirão, com a banda sonora do filme da nossa vida a tocar nos nossos headphones, que seja, sem julgamentos. Em 2021, descansaremos mais, porque merecemos. Em 2021, continuaremos a tentar seguir em frente, porque não temos outra opção, e é aí que reside a nossa maior força, mais do que as 27397220820 coisas que é suposto fazermos num dia para nos considerarem pessoas bem sucedidas. Em 2021, seguimos sempre em frente, com esperança, não porque acreditamos que uma vacina, por muito boa que seja, irá livrar-nos todos da pandemia em um mês, mas porque reaprendemos a apreciar a beleza de tudo em todas as suas formas.  Em 2021, vamos recomeçar sem as hypes de início de década, sem pressão malta! Feliz 2021 para todos!

(Foto: de um videoclip dos OH Wonder)

20.10.20

Como assim, já sou condutora há um ano?! (E o que aprendi)

 Pois é malta, parece que já sou condutora há mais de um ano. A 17 de outubro lá ganhei eu um cartãozinho azul carimbado! Ainda não parece real (porque ainda não tenho viatura própria, ando agora a poupar para ter) mas, aparentemente, há um ano que já posso pegar numa chave de um carro e fazer-me à estrada sem estar a cometer alguma ilegalidade. Não é espetacular?

Para celebrar este aniversário de carta (eu celebro mesmo tudo!), decidi compilar uma lista aleatória com 9 coisas que já aprendi. 


1. A primeira vez que conduzimos depois de tirar a carta é assustadora: A primeira vez que conduzi depois de tirar a carta foi à saída do centro de saúde onde estava a fazer a primeira parte do meu estágio de Integração à Vida Profissional. O carro estava estacionado num sítio um bocadinho tricky de sair, quanto mais para uma recém-encartada o que, juntando à hora de ponta, me fez panicar um pouco e lá acabei por conduzir em ruas com menos trânsito só para dizer que conduzi. Still, senti na mesma aquele sentimento de orgulho de ter conduzido a primeira vez completamente sozinha, só com uma pessoa ao lado que não tinha travões como nos carros de condução, que podia ajudar, mas era eu que comandava tudo. De que passa esta primeira vez, tudo fica mais fácil.

2. As subidas são o meu pior inimigo: Não há ninguém que deva odiar mais subidas do que eu. Um ano depois e eu ainda não consigo dominar a embraiagem bem o suficiente para o carro não ir a abaixo durante uma subida. E então quando há muito trânsito e sou obrigada a parar numa subida? Meu Deus, o que suo de ansiedade, estou mortinha de comprar um carro automático!

3. Meter o cinto antes de fazer o que quer que seja dentro do carro: Eu nem sei se há outra forma de conduzir, né, mas religiosamente, antes de ajustar o banco, espelhos ou, Deus me livre, meter o carro a trabalhar, eu meto logo o cinto de segurança. Se não o fizer, é certinho que eu cometa a coisa proibida (e punida por lei) de me esquecer.

4. Os outros condutores vão estar constantemente a irritar-vos: Quando eu era uma passageira dentro do carro e mesmo quando estava a aprender a conduzir, eu acho que não compreendia com toda a magnitude porque é que um condutor se irritava tanto com os outros. Contudo, quando sou agora que vou no volante, parece que só vejo idiotas à frente! É pessoas a não meter o pisca, a meter-se sem terem prioridade.... Há pessoas que parecem que mal têm a carta na mão que é a loucura e esquecem-se de tudo o que aprenderam!

5. Assumam sempre o pior das pessoas: A propósito do ponto acima, este é um conselho invulgar do meu instrutor de condução. Basicamente, pensem que os outros condutores são burrinhos de todo. Desta forma, estarão sempre a contar com o imprevisível e não ficarão tão atrapalhados quando alguém se mete na estrada sem prioridade ou quando alguém trava bruscamente só porque sim. 

6. Conduzir com chuva é o pior: Odeio conduzir quando está a chover imenso. A visibilidade diminui significativamente, o chão continua escorregadio,  a maior parte das pessoas não abranda quando o devia fazer e começam a apitar... Infelizmente, ainda evito conduzir com este tempo, sei que eventualmente vou ter que o fazer mais vezes, mas enquanto posso, andamos nisto.

7. Nunca corram riscos: As pessoas estão sempre a correr riscos na estrada e é assim que os acidentes acontecem. Há sempre alguém a entrar numa rotunda quando alguém está para entrar, a cruzar numa estrada a achar que vão passar antes do outro carro que se está a aproximar... São riscos completamente desnecessários. Para mim, é preferível esperar 1 minuto do que meter-me logo. Se arriscar em vez de 1 minuto são horas a preencher papelada por causa de um acidente, já pensaram nisso?

8. Mesmo já sentindo mais confiança não significa que conduzamos completamente sozinhos: Eu sei que há opiniões contraditórias nisto, que conduzir sempre com alguém no carro se pode tornar numa muleta, porém cada caso é um caso. A verdade é que eu não ganhei assim tanta experiência num ano como contava, porque houve vários períodos de pausa pelo meio, em que quase não toquei num carro - para acabar o meu Estágio de Integração, depois com a pandemia, depois com o trabalho... Sim, sinto-me muito mais confiante a conduzir do que em outubro de 2019, já conduzo pela minha cidade com bastante naturalidade, a minha ansiedade já não me atrapalha quase nada, mas ainda não estou pronta para dar este passo de conduzir um carro e não faz mal, mais vale ir com calma do que precipitar-me e, *bater na madeira*, ter algum acidente. 

9. Só aprendes mesmo a conduzir fora das aulas: No final do dia, é como dizem, nas aulas de condução só aprendemos os básicos, é mesmo nas estradas desta vida que aprendemos a desenrascarmo-nos. Nas escolas de condução, tanto nós como os instrutores são estão mesmo preocupados com isso, em ensinar-nos os básicos e os percursos habituais num exame. Só depois de tirar a carta é que temos a possibilidade de conduzir outra variedade de percursos, estacionar em diferentes locais e lidar com as situações mais reais do dia a dia. Por isso, se tiraram recentemente a carta e sentem que não sabem conduzir, é normal. A experiência virá com os meses, anos e durante toda a vida basicamente. 

2.5.20

O meu 23º aniversário, em quarentena



Como todos os que rodeio me sabem, sou a maior entusiasta por aniversários. Mesmo agora, em que o tempo começa a passar inacreditavelmente depressa, em que penso "bolas, daqui a 10 anos, vou começar a ter rugas" (first world problems, I know), continuo a querer festejá-los com a mesma intensidade. Sei lá, há qualquer coisa mágica nos aniversários, o festejar de mais um ano vivos, de mais um ano cheio de conquistas, o suspense das surpresas que podem estar para vir no futuro.... Contudo, este ano foi diferente. Aliás, diferente foi um understatement

Nos dias que antecediam hoje, 2 de maio, dei por mim a não me sentir lá muito entusiasmada com a data. Quando dizem que há uma primeira vez para tudo, parece que há mesmo. No meio de uma pandemia, o que eu mais queria era não estar nela. Há quem diga, numa tentativa de otimismo que sai exagerada, que isto é um ensinamento do universo para nos tornamos melhores mas, por favor, poupem-me. O universo tem coisas mais importantes para fazer, não é uma entidade personificada que pensa "estou aborrecido, ora tomem lá um vírus para animar a coisa". Não, calhou mesmo, e vamos admito-lo em  bom português, é uma merda. Não nego que esteja a aprender imenso com esta situação mundial, que me esteja a tornar numa melhor pessoa, porque está, está a mudar muito a minha perspetiva da vida. Contudo, se pudesse aprender tudo isto de outra forma, era o que eu escolheria. 

Posto esta pequena dose de realidade que achei por bem incluir nesta publicação, nestes últimos dias, não fingi sentir a energia que senti nos anos anteriores. Mas também não me permiti cair demasiado nestes pensamentos negativos - lá está, perspetiva de vida, continuo uma privilegiada até neste cenário caótico, e isso merece ser celebrado. Além disso, maio sempre teve a sua magia, os aniversários sempre tiveram a sua magia e, sendo as nossas pessoas parte integrante deste encanto, acreditei que, estando perto ou longe, fariam de tudo para o tornar o mais especial possível, dentro das condições que nos foram impostas. E não me enganei.

A manhã de aniversário começou com uma entrega de flores lindíssimas em casa. Flores essas que decoraram a mesa ao longo do dia, como imagem de fundo para videochamadas de quem está longe mas sempre perto. Foram cantados os parabéns com um bolo de chocolate feito em casa, muito delicioso - e, se querem que seja honesta, é um hábito que vou adotar depois desta pandemia, os bolos caseiros são tão melhores que os comprados, vêem com o ingrediente extra de carinho. Foram "desembrulhadas" prendas virtualmente, de quem não teve a possibilidade de as mandar por correio, mas não quis esperar para mostrar. Existiram as típicas chamadas dos tios e tias de outras cidades à hora de jantar, como sempre existiram desde pequenina, que deram uma sensação tão bem vinda de normalidade. Com as devidas adaptações, houve direito a tudo aquilo a que caracteriza  um aniversário feliz - só faltaram os abraços e os beijinhos que, tenho a certeza, saberão muito melhor depois disto tudo.

É engraçado como achamos que, ao crescer, aprendemos a não tomar certas coisas por garantido, e achamos que estamos finalmente a perceber o que é isto de ser adulto, de valorizar as coisas, a fazer planos, até que a vida nos volta a trocar as voltas e nos obriga a redefinir tudo outra vez. Afinal, há todo um leque diferente de coisas que tomámos por garantido, afinal ainda há tanto para aprender, e os planos, esses, nunca foram 100% certos. Como overthinker crónica e  talvez um pouco obcecada pela organização que sou, esta foi a maior aprendizagem dos meus 23 anos. O mundo é o caos, nem tudo tem justificação, e nós apenas podemos controlar as nossas reações e aproveitar o melhor daquilo que nos é dado. Fui forçada a fazer anos em quarentena, e agarrei-me a todos os momentos que o tornaram tão bonito. 

O meu 23º aniversário foi atípico. Todavia, de certa forma, por incrível que pareça, também foi comovente. Nunca me senti tão ligada às pessoas como agora, e o esforço que todos estamos a fazer para não deixar datas passar em branco é absolutamente admirável. Foi uma pequena luz de esperança no longo caminho que ainda temos todos que percorrer. Que não há nada que não se consiga com amor incondicional, por muitas limitações que hajam, até quando esses limitações são um confinamento. Que a vida merece sempre ser celebrada, mesmo em tempos de incerteza. E que continuo a ter mais googolplex motivos (verdadeiros nerds entenderão; quem não entendeu google it) para sorrir do que para ficar triste. 

Parabéns a mim! Olá 23!

(Foto:  da minha autoria)

14.2.20

Tenho 22 anos e estou na minha primeira relação amorosa

Tenho 22 anos e estou na minha primeira relação amorosa

(Um coraçãozinho para cada pessoa que partilhou a sua história pessoal comigo em 2017) 

Há quase três anos, eu escrevi uma das publicações mais lidas de sempre no blog, "Tenho 20 anos e nunca estive numa relação amorosa". Gerou IMENSAS visualizações logo nos primeiros minutos, e inspirou muitos leitores a partilharem histórias surpreendentemente pessoais na caixa de comentários. Ainda hoje, é bastante surreal ver o impacto que  contar isto na Internet teve, não só na minha vida (apesar de, na altura em que publiquei, esta "condição" já estar bem resolvida na minha cabeça, foi mesmo bom sentir que não estava sozinha e que existia mais gente no "mesmo barco"), como na vida de muitas pessoas que continuam a contactar-me frequentemente por causa desta publicação. E é por essas pessoas que eu hoje escrevo o tão aguardado spin-off. Acho que vos devo isto.

Sabem aquele ditado cliché terrível que toda a gente nos insiste em dizer quando estamos solteiros? "Quando menos se espera, acontece?" Não  fazem ideia do quanto me irritava ouvir isto! Qual é a necessidade de andar sempre a repetir isto, sobretudo quando uma pessoa está finalmente tranquila como está? Mas agora, por muito que me custe admitir, para mim essa frase tornou-se verdade. Conheci o meu namorado há  um ano, em fevereiro de 2019. Fun fact no meio disto tudo: em 2017 andei um mês devastada porque reprovei num estágio do 2º ano do meu curso e, dois anos depois, conheço uma pessoa excepcional neste estágio que tive de repetir. Estágio esse que queria fazer o mais depressa possível, para chegar mais perto do meu objetivo de ser licenciada, e também, cá entre nós, em que entrei lá do género "amigável mas, lá no fundo, sou finalista e não quero saber desta malta que foi caloira há um ano ahahahah". Que tola, uma finalista a achar que já tinha visto de tudo, mal sabia o que iria acontecer.

Agora que conheci o meu namorado, apercebo-me que não gostava de o ter conhecido mais cedo, porque eu não estaria pronta para esta relação nem seria a mulher que sou hoje. Gosto de acreditar que existem significados ocultos em muitos dos acontecimentos da vida e, por isso, talvez a inexistência de namoros durante a minha adolescência tenha tido uma razão. Eu não seria tão independente, autoconsciente e resiliente se tivesse andado a saltar de relacionamento em relacionamento estes anos todos. Enquanto outras pessoas tiveram a investir tempo em relações, eu tive a investir esse tempo a me descobrir, nas minhas paixões, nas minhas amizades, e em formas de ser melhor todos os dias. Avaliando agora no grande prisma das coisas, se calhar até foi melhor assim. Talvez até me tenha poupado ao sofrimento de várias desilusões amorosas, para estar agora com alguém que me faz mesmo feliz.

Como alguém que começou a sua primeira relação amorosa aos 21 anos, tenho todo o gosto em reportar que a minha entrada atrasada no mundo do romance mostrou-me que a idade e as expetativas sociais realmente não importam: o amor continua a saber a primeiro amor mesmo que não esteja a acontecer aos 13 anos, é na mesma mágico, especial e único à sua maneira. Não sinto que perdi alguma coisa por começar tarde, muito pelo contrário, talvez esteja a viver as coisas com mais intensidade por já ter a maturidade emocional de uma jovem adulta. 

Foi mais fácil do que esperava ultrapassar a minha inexperiência (o receio de todos os iniciantes em relacionamentos, I mean, como é que se dá as mãos sequer?!). Houve aspetos em que nem sequer me senti inexperiente.Ter muitas relações desde cedo "treina-nos" para umas coisas enquanto que ser solteira durante um período prolongado de tempo (ou desde sempre) treina-nos para outras. Há vários caminhos para a mesma montanha. Não é preciso andar de relação em relação, na tentativa-erro, com a introspeção também se aprende muito. Por isso, nós, late-bloomers, talvez não sejamos verdadeiramente inexperientes.

Portanto se já passaram duas décadas de vida (ou até três ou quatro) e nunca namoraram com ninguém nem sequer beijaram alguém, não, não há nada de errado com vocês, vocês não são assim tão desinteressantes, tão pouco desejados ou feios. Simplesmente nunca calhou.

E para quem está nesta nova jornada como eu, não pensem que as críticas sobre a vossa vida amorosa vão ficar por aqui. Agora, adivinhem, dizem-me que as primeiras relações que não duram. Mas quem é que inventa estas as regras? Bem, aparentemente eu já não sigo as essas regras estúpidas , and Ill say it louder to the people in the back.

Somos mais felizes quando aceitamos as nossas diferenças em relação aos outros. Quando aceitamos que a cada vida tem o seu ritmo, e que isto não é nenhuma corrida. Quando aceitamos que pode acontecer, ou o que pode nunca acontecer e que, de qualquer das formas, arranjaremos forma de ser felizes, sozinhos ou com uma pessoa especial ao lado.

O universo tem um sentido de humor muito peculiar. Vocês podem achar que ele está a conspirar contra vocês quando, na verdade, está a engenhar algo que vos vai arrebatar o coração.

7.10.19

Uma pausa no blog para mais foco


Aqui estou eu, mais uma vez, após mais de duas semanas desaparecida da blogosfera. Algo que não é muito típico meu, eu sei, eu que publicava sempre algo novo todos os dias, mas tem se tornado frequente no último ano, com todas as mudanças que têm acontecido na minha vida, a nível académico e pessoal. 

Não quero tornar este publicação num pedido de desculpas. Sou muito boa a pedir desculpas por coisas que não preciso e, aparentemente, também o faço na blogosfera. Até porque, no fundo, não tenho grande coisa pela qual pedir desculpas, a não ser pelo facto de não vir aqui mais cedo justificar a minha ausência. Pedir desculpas porquê afinal, por a vida se meter no caminho e alterar as minhas prioridades, como faz muitas vezes? Por estar mais ocupada de momento? Independentemente do quanto tentemos, nunca conseguimos dar 100% de nós em tudo, 100% do tempo. Claro que, perfecionista e overthinker como sou, isso nunca me impediu de tentar (acreditem,eu bem tento!), mas é um esforço que estou a fazer nos últimos tempos, de aprender a simplificar e poupar o meu foco (até porque começo a achar que o nosso foco é como uma conta bancária, é um recurso limitado que, se tentarmos usar em todo o lado, se gasta depressa). 

Custa-me deixar algumas publicações/rubricas pelo meio (como as rubricas "5 coisas" e as publicações especiais dos 5 anos do blog), mas sei que esta é a decisão que faz sentido no momento. Concentrar-me na minha vida, numa fase muito decisiva, quer para o meu futuro em Enfermagem, quer para outros objetivos que tenho, e em que os dias são tão preenchidos, passam tão rápido e sempre de um lado para o outro. O pouco tempo livre que sobra, quero passá-lo com aqueles que gosto e em passatempos que exijam menos esforço (porque, como digo sempre, manter um blog não é fácil). Nos entretantos, também continuarei a escrever (embora sem a pressão de publicar) e fazer uma reorganização do Life of Cherry (algo que ainda vai demorar, mesmo quando eu voltar, isso são novidades para 2020).

Volto em meados de dezembro, em plena época natalícia e de posts do melhor de 2019 (porque sem  esses posts que têm documentado um pouco dos meus anos é que não dá para viver mesmo!). I know, são dois meses de pausa, nunca estive ausente tanto tempo, mas prometo voltar mais inspirada e com mais energia para a blogosfera. Até lá vou esforçar-me mais um bocadinho para aparecer nas redes sociais de vez em quando (especialmente pelo Twitter, a minha rede social favorita como sabem), também para não ser esquecida heheheh. 

Vemo-nos então em dezembro. Continuo a contar com vocês nessa altura?

2.5.19

Im feeling 22!


I dont know about you, but Im feeling 22! Eu sei que, por esta altura, já todas as gajas que fizeram 22 anos começaram as suas publicações assim, mas lamento, eu esperei 6 anos para poder fazer isto também! É com estas vibrações da clássica música de Taylor Swift, divertida e refrescante, que entrei nos meus 22 anos.

Tornou-se uma tradição inconsciente aqui no blog escrever posts no meu aniversário, ora no início do dia ora no final do mesmo, após todos os momentos felizes. Eu vou alternando conforme aquilo que sinto que faz mais sentido em cada ano e, por coincidência, tem calhado sempre assim, certinho. Este ano, é agora, perto da meia noite, que celebro aqui no cantinho. Sei que já não é uma hora aceitável para publicar algo na Internet (#máblogger), mas quero que fique aqui registado. 

Por obra do destino, fui presenteada com uma folga da vida neste dia, sem estudos, sem estágio, sem trabalho. É a primeira vez que pude celebrar sem pressas nem preocupações. Deixei que o dia, que me recebeu com  sol e calor de verão, se desenrolasse espontaneamente, sem grandes expetativas, e que as pessoas me surpreendessem. E surpreenderam-me de que maneira! Mais do que os presentes ou as surpresas em si, aquilo que tocou o meu coração foi todo o carinho e empenho que depositaram nestes gestos, os olhos a brilhar e o entusiasmo que, a certo ponto, até ultrapassava o da própria aniversariante. Mesmo as que não estiveram fisicamente perto de mim, conseguiram-no surpreender ao provar que é  possível emocionarem-me mesmo à distância. Obrigada a todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, festejaram comigo esta data especial.

Esta foi apenas uma pequena amostra de tudo o que vivi no meu 22º aniversário (escrita numa escapadinha entre fatias de bolo).  O resto ficará guardado no meu coração.

(Foto: da minha autoria)

6.2.18

O maior benefício que ganhei desde que tornei o meu blog público

 O maior benefício que ganhei desde que tornei o meu blog público

Possuir um blog anónimo faz com que, muitas vezes, não reflitamos sobre aquilo que escrevemos. É muito fácil cair na tentação de publicar por publicar quando somos anónimos. Apesar de, obviamente, termos consciência que estamos a publicar algo na Internet, que pode ser visto sobre qualquer pessoa, temos tendência a ponderar menos aquilo que partilhamos ou não no nosso blog. Isto acaba por originar, muitas vezes, publicações com conteúdo fraco, arrependimentos, mal entendidos e detalhes íntimos que deviam ser mantidos na esfera privada.

Apesar de, inicialmente, não tencionar "dar a cara" pelo meu blog, sempre tive consciência da fragilidade do meu anonimato. Tive sempre em mente que, mesmo que não revelasse nada sobre mim (como a cidade onde vivo), corria o risco de uma pessoa conhecida me poder identificar. Porque nenhum anónimo consegue sê-lo a 100%. Existe sempre uma ponta ou outra da nossa personalidade, dos nossos sonhos, dos nossos gostos ou das nossas preocupações que acaba por ficar solta e que pode ser reveladora para os olhos mais perspicazes. Assim, resguardei-me sempre e evitei abordar assuntos demasiado pessoais. Isto permitiu que a minha transição de anónima para não-anónima fosse mais pacífica e menos stressante. 

Contudo, já caí na armadilha de escrever com a atitude "ninguém me vai ler", o que deu origem a posts dos quais não me orgulho tanto. Não quer dizer que não goste deles nem que me sinta assim em relação a todos (existem muitos que, mesmo agora, escreveria exatamente da mesma forma) mas sinto que teria explorado alguns temas de forma diferente se tivesse um blog público desde o início. Teria explicado melhor o meu ponto de vista, teria sido um pouco mais cuidadosa para não ofender pessoas (particularmente as que me conhecem), teria sobretudo dado mais de mim, da minha identidade, sem receio que me descobrissem.

Ser mais eu está a ser um dos melhores benefícios que estou a sentir desde que tornei o meu blog público. Estar exposta desta forma está a obrigar-me a olhar de forma mais crítica para o conteúdo que partilho e acredito que isso, a longo prazo, irá permitir um crescimento muito maior do "Life of Cherry". Não quero com isto dizer que existirão mais filtros agora que tenho muita gente que me conhece a ler-me. Muito pelo contrário, sinto que irão existir menos filtros, porque já não tenho necessidade de esconder detalhes e evitar abordar temas que antes poderiam " denunciar-me". Ter um blog público está a obrigar-me a amadurecer, em todos os sentidos, e eu não podia estar mais grata por isso.

21.1.18

Um " volto já" no blog

Um " volto já" no blog

Há uns dias atrás, vi-me forçada a fazer uma pausa no blog. Não tive tempo de avisar nem de agendar posts ( apesar de ter alguns escritos nos rascunhos), as minha redes sociais ficaram paradas e os comentários ficaram por aprovar. A verdade é que, por muito que gostemos de estar na blogosfera, por vezes as necessidades da "vida real" falam mais alto, o que nos obriga a redefinir as nossas prioridades e, neste processo, o nosso blog acaba por ficar para trás, sobretudo quando este não é a nossa ( principal) fonte de rendimento.

E foi isso que aconteceu comigo. Surgiu um imprevisto na minha vida que exigiu a minha atenção imediata e obrigou-me a ficar offline por uns dias. Entretanto, a pressão da faculdade e dos exames têm-me deixado exausta, e tudo isto contribui para que esteja a viver uma fase emocionalmente exigente. Por estes motivos, decidi fazer uma pausa, para respirar fundo, para descansar, para estudar e para organizar as ideias, para depois regressar à blogosfera com mais motivação e mais energia. 

Já é habitual aqui neste cantinho existir um post todos os dias  tanto que, quando "desapareci", muitos de vocês estranharam e mandaram mensagem a perguntar-me se estava tudo bem e a desejar-me força para o que quer que eu estivesse a passar ( muito obrigada aos que me fizeram chegar palavras amorosas). Acho que alguns recearam que eu desistisse, mas tal hipótese nunca foi colocada em cima da mesa, muito menos agora que saí do anonimato. A minha paixão pela blogosfera continua intacta e a minha vontade de partilhar coisas com vocês é a mesma de sempre. 

Ainda vou fazer pausa por mais uns dias, mas já é apenas um " volto já". Regresso na quarta-feira, dia 24 de Janeiro, pronta para dar continuidade a este projeto, porque a blogosfera é uma segunda casa para a qual quero sempre voltar, independentemente das voltas que a vida dê. Até lá, prometo que vou tentar responder a alguns dos comentários que tenho por aprovar e dar alguns sinais de vida nas redes sociais. Continuam a acompanhar-me desse lado?

14.1.18

Quem está por de trás da Cherry


Desde que aprendi a escrever que nunca mais o parei de o fazer. Ora  diários, ora listas, ora pequenos contos, mas sempre tive vergonha de mostrar aos outros aquilo que escrevia. Tudo o que escrevia ficava sempre escondido entre as gavetas, e teria morrido de vergonha  se alguém tivesse lido algo nessa altura. Portanto, há 3 anos atrás, quando criei o blog, a decisão de ser anónima foi automática. Só queria ter um cantinho virtual onde pudesse desabafar e escrever os meus devaneios para meia dúzia de leitores. Para mim, estava completamente fora de questão escrever com a minha identidade na Internet e expor-me dessa forma. A Cherry de 17 anos não sabia as voltas que a vida ia dar.

Quando decidi ser anónima, eu achava que poderia ter mais liberdade de escrita e que poderia partilhar o que me apetecesse. Mas depressa percebi que esta forma de estar na blogosfera tem mais entraves do que ter um blog público. Não podia partilhar coisas simples como a cidade onde morava, onde estudava, o que estudava, quanto mais fotos ou momentos mais importantes da minha vida. O anonimato começou a tornar-se um fardo demasiado chato para suportar e, portanto, eu fui deixando-o aos poucos, começando por partilhar a cidade onde vivia, a faculdade onde estudava, mais tarde pondo uma fotografia minha de costas como foto de perfil, sabendo aí que corria mais riscos de o meu blog ser descoberto pelas pessoas que me conhecem.

E foi o que aconteceu em outubro de 2017: uma rapariga da minha turma descobriu o meu blog e, em pouco tempo, toda a turma soube. Se por um lado essa situação foi um bocado embaraçosa, por outro sinto-me agradecida por isso ter acontecido, porque acabou por servir de preparação para a o desafio que é ter um blog público. Quando a minha turma descobriu o meu blog, eu ganhei (finalmente) à vontade para escrever sem restrições, para ser eu própria e entreguei-me ainda mais de corpo e alma a este projeto.

A pergunta que mais me fizeram em três anos de blogosfera foi "Algum dia tencionas sair do anonimato?". Há um tempos atrás prometi-vos que ia sair do anonimato um dia, talvez mais cedo do que o que contavam. Bem, acho que ninguém contava ( nem eu!), que iria deixar de ser anónima assim tão cedo.

A questão de ter um blog público andou muito na minha cabeça, ultimamente. E após muitas sessões de reflexão, muita ponderação e algumas opiniões, decidi deixar o anonimato de vez, desta vez a 100%. O " Life of Cherry" tornou-se, nos últimos anos, uma grande parte da minha vida. Este blog ( e as pessoas que o seguem) acompanhou o meu último ano de Secundário, a minha primeira viagem para o estrangeiro ( Londres!), a minha entrada para a faculdade, o meu ano de caloira, os meus primeiros estágios, as minhas derrotas e vitórias, as minhas paixões, o aumento da minha autestima, o meu crescimento, pelo que, neste momento, aquilo  faz todo o sentido " dar a cara" pelo blog.


Portanto, aqui estou eu para fazer isso. Olá a todos, o meu nome verdadeiro é Margarida, e a rapariga das fotos acima  sou eu. Aqui na blogosfera, irão continuar a ver-me como Cherry, porque já me identifico tanto com este pseudónimo que não faria sentido de outra forma. Mas agora já me poderão dizer olá se me virem.

Nunca pensei que iria ter coragem para ter um blog público. Quem diria que a rapariga que outrora não mostrava  nenhum texto  a ninguém iria ter um site público para toda a gente ver? Mesmo quando vos tinha dito que tencionava sair do anonimato, ainda não acreditava que conseguisse mesmo fazê-lo. Por isso, sinto-me bastante orgulhosa por estar a dar este passo. Mas não o dei sozinha. Nada disto seria possível sem ajuda de algumas pessoas especiais. Quero agradecer à Joana, a primeira pessoa da blogosfera que conheci pessoalmente, que está sempre na fila da frente para me acompanhar e que me incentivou imenso a deixar o anonimato de vez. Também quero agradecer à Inês, pelos conselhos preciosos que me deu. Um grande obrigada a todas as pessoas que eu conheci através da blogosfera,  ( vocês sabem quem são) e aos meus amigos, que me têm apoiado incondicionalmente nesta aventura, desde que descobriram. Por último, mas não menos importante, quero agradecer aos meus leitores por me acompanharem diariamente, e por terem esperado pacientemente que saísse do anonimato.


 Agora sinto que o " Life of Cherry" é (ainda) mais genuíno, reflete mais aquilo que sou e, acima de tudo, sinto que agora serei ainda mais feliz na blogosfera.  Esta vai ser uma nova etapa, e tenho um pressentimento que será bastante positiva. Acompanham-me nesta aventura?

11.1.18

Crónicas de uma rapariga de 20 anos que se deita (demasiado) cedo

Crónicas de uma rapariga de 20 anos que se deita (demasiado) cedo

Eu sou aquele tipo de pessoa que leva o ditado " deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer" demasiado a sério ( deve ser por isso que também sou muito alta, se dormir muito faz crescer...). Todos os dias, deito-me às 23 horas ( 23h30 assim na loucura) e acordo às 7h/8h.  É que não falha! " Pronto, como qualquer pessoa responsável, deitas-te cedo, olha que novidade..." pensam vocês. Não, eu não me deito cedo só em tempo de aulas. Também é assim aos fins de semana, nos feriados e até nas férias. É verídico, perguntem às pessoas que me tentaram contactar a partir dessa hora.

Já  tive amigos meus que me tentaram tratar, alguns até já me tentaram internar, mas até hoje nada deu resultado. É um mal incurável.  Resta-me escrever esta publicação e esperar encontrar pessoas com a mesma condição que eu ( se juntar as suficientes, até podíamos fundar uma associação de apoio a jovens nos seus 20 e tal anos que se deitam demasiado cedo). Isto é a história real de como realmente é ser-se uma jovem de 20 anos com um ritmo circadiano de uma idosa de 80 anos.


1. Ficas cansada demasiado cedo: Muitas vezes, são 18 horas e eu já estou a pedir a todos os anjinhos que chegue a hora de eu me deitar na minha caminha confortável e fechar os olhos. O que, basicamente, me torna inválida para todas as atividades noturnas.

2. E nem falemos de estudar à noite! : Isso está fora de questão! Eu não quero saber se sou universitária, se tenho frequência daqui a 2 dias ou se tenho mil trabalhos para entregar. O estudo às 20 horas encerra. Não há hipóteses! O que é isso de andar a estudar às 2 horas e horas da manhã?! Isso faz mal à saúde.

3. De manhã, olhas para o telemóvel e vês um monte de sms: As mensagens que eu recebo de manhã, principalmente no verão, até assustam! " Onde é que tu estás?" ou "A SÉRIO QUE JÁ FOSTE DORMIR?" são alguns exemplos, e isto são os mais levezinhos, acreditem. Isto pode chegar a ameaças de morte.

4. Defendes que jantar a partir das 21 horas devia ser proibido: Como é natural, os meus pais nem sempre chegam a casa a horas, com o trabalho e tal, pelo que uma pessoa lá tem que jantar a essa hora, o que é indecente. Não consigo compreender então as pessoas que jantam às 22 horas. Ui, isso já é muito próximo da hora de ir dormir. A essa hora já estou eu a lavar os dentes e a aquecer a água para a botija ( sim, eu no inverno não durmo sem a botijinha para aquecer os pés, sou como os bebés que precisam de beber leite para adormecer, eu é igual, só que em vez de leite tenho que aquecer os pés).

5. O pensamento de fazer exercício à noite dá-te vontade de vomitar: À semelhança do estudo, as sessões de exercício físico encerram às 20 horas. Dá-me uma coisinha má se me obrigarem a fazer qualquer tipo de atividade física à noite. Não, a essa hora é para estar sentada a ver uma série ou estar imóvel no sofá.

6. Estás sempre a ouvir " tu tens 20 anos, estás a desperdiçar a tua vida...": Não, eu estaria a desperdiçar a minha vida se me deitasse sempre às 3 horas da manhã e acordasse lá para as 15 horas. Isso sim, é desperdiçar tempo,  perde-se metade do dia assim! Eu gosto de acordar cedo, de ver os primeiros raios de sol e de aproveitar o dia para ser produtiva.

7. Qualquer atividade que exija deitares-te cedo causa-te ansiedade: Não me interpretem mal, eu gosto de sair à noite e de ir a festas, mas é assim de vez em quando. Sou mais dos cafezinhos e dos jantares ( daqueles que começam cedo, não é como os jantares de curso que começam sempre às 23 horas, se a comissão do meu curso estiver a ler isto que mude isso, que merda é essa?). Mas o pensamento de que me vou deitar tarde nessa noite e que no dia a seguir vou acordar tarde, exausta e com metade do dia desperdiçado, deixa-me ansiosa e angustiada.

8. Falta de sono é a tua noção de inferno: Além de parecer miserável e estar cheia de olheiras, ainda fico burra, irritada e deprimida. Eu sem as minhas 7/8 horas de sono não funciono.

9. Existem muitas poucas na vida pelas quais sacrificas as tuas horas de sono: Porque o sono é essencial para manter a sanidade de uma pessoa, e eu não quero comprometer a minha saúde mental com nada. Só abro exceções para um bom livro/filme ou para pessoas de quem eu goste muito ( se já tiveram o privilégio de estar e/ou falar comigo às tantas da noite, considerem-se sortudos).

10. O facto de as galas na época de prémios começarem tão tarde irrita-te: Só a passadeira vermelha começa na minha hora de dormir, para não falar do resto. Eu digo sempre " este é ano em que vou ficar acordada e ver a gala até ao fim", mas depois acabo sempre por me contentar em ver os looks dos atores na passadeira vermelha, e vejo a lista dos premiados na manhã seguinte. Mas este ano tenho que ver os Óscares, vou tentar fazer esse esforço, não posso mesmo perder, é desta!

11. Às vezes, ficas desesperada pelo tempo andar tão devagar: Às vezes, eu fico mesmo desesperada com o tempo. Eu quero ir para a cama, mas ainda é tão cedo. Portanto, sento-me no sofá a ver um programa desinteressante qualquer na TV, e estou de 5 em 5 minutos a olhar para o relógio, à espera que seja uma hora socialmente aceitável para eu ir dormir.

12. Metade do teu roupeiro consiste em pijamas: Porque se passam tanto tempo a dormir como eu sabem o quão essencial é estar confortável.

13. Fazer planos de tarde com os amigos é difícil: Porque eles tiveram acordados até tarde a devorar episódios do Game of Thrones ( by the way, um minuto de silêncio pelos fãs desta série, que só vão poder ver uma nova temporada em 2019. Coitados...) e passam a tarde toda a dormir.

14. Às vezes, ficas stressada ao pensar naquilo que estás a perder: A loucura dos 20 anos, as festas, aquelas aventuras todas até às 5 horas da manhã...

15. Mas no fim vale tudo a pena: Estás ali com o pijama vestidinho, fazes olhinhos à tua caminha e aquilo é uma atração... Não dá para resistir.


E aí desse lado? Também são jovens que se deitam demasiado cedo?

9.12.17

10 coisas que me deixam desconfortável

10 coisas que me deixam desconfortável

Como sabem, eu sou uma pessoa introvertida e que, quando não estou próxima de pessoas que conheço bem, também sou uma pessoa tímida, o que é uma combinação terrível. Sou muito alegre e extrovertida com os meus amigos, mas fora desse círculo, sou um bocado estranha. Estão a ver aquelas personagens de filmes que lhes acontece tanta coisa embaraçosa que vocês até duvidam que essas pessoas existam, de facto? Mas existem, e uma delas sou eu ( by the way, eu devia escrever uma publicação sobre " coisas que as pessoas pensam que só acontecem nos filmes, mas acontecem mesmo". Digam-me nos comentários se querem).

Há certas situações na vida que parecem inofensivas à primeira vista, mas que são capazes de me deixar extremamente desconfortável. Estas são apenas alguns exemplos.


1. Ver cenas de sexo com os meus pais na mesma sala: Não importa a idade que eu tenha, eu vou me sentir sempre desconfortável de cada vez que eu e os meus pais estivermos a ver um filme e aparecer uma cena de sexo. E aquilo que mais me irrita é eu estar a ver um filme completamente " normal", sem cenas de sexo, e quando a minha mãe aparece, existe sempre alguma personagem que lhe apetece começar a fazer sexo. É que é sempre!

2. Esperarem que eu me envolva em beijinhos e abraços sociais: Eu sou muito simpática e amiga das pessoas que conheço, mas odeio quando tenho que cumprimentar pessoas que não conheço. E depois começam com a treta dos beijinhos/abraços sociais. É do piorio! Há quem dê dois beijinhos, há quem dê três ( esquerda, direita, esquerda), há quem nem sem aproxime e dê beijinhos no ar. E o pior é quando te sentes na obrigação de fazer isto com familiares distantes teus, que quase nunca vês. Toda a gente espera que tenhas um certo nível de intimidade com esses familiares, mas como, se tu quase que só os vês uma vez por ano?

3. Virar todas as atenções para o meu embaraço: Algumas pessoas, quando se cruzam com pessoas caladas como eu, têm a necessidade de virar todas as atenções para essa pessoa e perguntar porque é que é calada. Muitas vezes fazem-no de forma repetida e tornam isto um grande problema que precisa de ser resolvido urgentemente, o que mortifica a pessoa calada. Isto acontece-me tantas, mas tantas vezes. Ali estou eu, sossegadinha da vida, no meu cantinho, quando de repente alguém se lembra de dizer " Olhem para a Cherry, tão caladinha...Porque é que tu estás calada? Passa-se alguma coisa?" Depois esta conversa pára, e toda a gente que estiver no mesmo local olha para mim de forma acusadora. Depois a conversa vai começar a ser toda sobre mim, e eu começo a corar, e depois toda a gente começa " Ela está a corar? Porque é que estás a corar?", e eu escavo um buraco no chão, enfio-me lá e nunca mais saio de lá.

4. Quando as pessoas me elogiam ao rebaixarem-se:  Do tipo " Que vestido tão bonito! Eu até o usaria, mas sou demasiado baixa para isso.". Obrigada?

5. Quando três pessoas se têm que enfiar na parte de trás de um carro e tu vais ao meio: A sério, eu não percebo, sou sempre eu! De cada vez que três pessoas têm que ir na parte de trás de um carro, eu começo a suar e a entrar em pânico porque já sei que vou ser eu. É horrível! Eu acho que nunca viajei num carro cheio de pessoas sem ser eu a que vai apertadinha no meio, a sufocar e a rezar para chegar depressa ao destino.

6. Esquecer-me do nome de alguém mesmo importante: Principalmente quando já me encontrei com ela mais do que uma vez.

7. Quando estás a comer num restaurante, metes um bocado maior de comida, e emprego da mesa decide aparecer a perguntar como está a comida: Porque é que os empregados de mesa só aparecem quando eu tenho a boca cheia e não posso responder? Eles devem esconder-se num canto e só aparecer nestes momentos, é que só pode!

8. Quando visitas a casa de uma pessoa, e elas têm a televisão no volume máximo: Ok, isto não é só quando eu visito casas de outras pessoas, a televisão no volume máximo incomoda-me em qualquer situação. A diferença é que eu na minha casa posso baixar o volume, mas fora não. Mas continuando, as pessoas que têm a televisão no volume máximo, quando têm visitas, só criam situações constrangedoras. Fazem-me sentir que a  minha visita não é desejada e que estou a forçá-los a perder o seu programa/novela favorita. Sei que a maior parte das vezes não é esse o caso, mas é essa a sensação que passam.

9. Cantarem-me os parabéns: Eu não quero parecer mal agradecida por isto, porque eu gosto de fazer anos e que me cantem os parabéns, mas é algo que também me deixa muito desconfortável. Primeiro, porque as atenções estão todas viradas para mim o que, por si só, já me deixa embaraçada o suficiente. E depois, porque nunca sei o que fazer enquanto me cantam os parabéns. Quando estão-me a tirar fotos enquanto, é bastante fácil, estou ali a sorrir e já está ( obrigada a todas as pessoas que já me tiraram fotos enquanto me cantaram os parabéns, salvaram-me a vida!). O problema é quando não me estão a tirar fotografias. Canto junto com os outros? Bato palmas? Fico ali quietinha a olhar timidamente para os outros ( o que eu já faço)?

10. Quando estou num bar ou noutro sítio qualquer que exija falar por cima de música alta e, de repente, a música pára: A sério, eu pensava que isto era uma cena embaraçosa que só acontecia nos filmes, mas já me aconteceu imensas vezes. Ali estou eu, a gritar em plenos pulmões para a pessoa me ouvir, e de repente a música pára, e toda a gente olha para mim e está a ouvir a conversa.


E vocês? O que é que vos deixa desconfortáveis?

3.12.17

10 factos natalícios sobre mim

10 factos natalícios sobre mim

Um dos posts que já foram feitos em 17389202 mas que, apesar disso, nunca cansam, são os posts " x factos sobre mim". Acho que estes posts são a oportunidade perfeita para conhecermos melhor as pessoas que estão por detrás dos nossos blogs favoritos, além de nos divertirmos a ler alguns factos bastante curiosos, às vezes com os quais nos identificamos.

Estava eu entretida a ler estas publicações quando me apercebi que nunca vi nenhum blogger a escrever um post sobre " factos natalícios sobre mim" ( se já viram, digam-me nos comentários), por isso achei bastante giro fazer esta variação. Hoje vou partilhar com vocês alguns factos sobre a forma como passo o meu natal, as tradições da minha família, entre  outros factos interessantes e que, certamente, não sabiam.


1. Todos os meus natais são passados na casa dos meus avós, juntando quase toda a minha família materna.

2. Todos os natais vemos o filme " Sozinho em Casa". Reza a lenda que quem não o vê tem 1 ano de azar.

3. Não gosto dos doces tradicionais de natal, rabanadas, bolo rei, nada ( mas provavelmente vocês já sabiam disso, já sabem que eu sou uma esquisita com a comida).

4. Mas adoro chocolates, e todos os apreciadores de chocolatesabem que esta é a melhor época para os comer.

5. Faço a árvore de natal sempre no dia 1 ou no dia 8, conforme o tempo. Mas daí não passa!

6. Só me sinto em 100% em modo natal em dezembro. Não acho piada nem quero ouvir falar de natal em outubro nem novembro.

7. Mas isso não me impede de ir pensando e comprando em algumas prendas. Se deixasse para dezembro era a loucura!

8. Nem me impediu de escrever este e mais 2 posts natalícios em outubro, com 30 ºC. E eu ainda tenho a lata de julgar as lojas que começam a pôr montras natalícias nessa altura. 

9.  A minha família abre sempre as prendas às 23 horas. Todos os anos dizem que vão esperar até à meia noite, mas depois não se aguentam. São uns impacientes os meus familiares...

10. Não me lembro que idade tinha quando descobri que o Pai Natal não existia ( peço desculpa por retirar agora a inocência a quem ainda acreditava heheheh). Mas sei que foi antes dos 8 anos. Anyway, eu descobri porque, num natal, o meu primo mascarou-se de Pai Natal. Eu dei pela falta dele e, passado meia hora, aparece-me à frente um Pai Natal que, só por acaso, era muito parecido com ele. Mais tarde nessa mesma noite, eu calho de ir ao quarto dele e ver uma barba branca pousada em cima da cama, fiz um mais um, e foi assim que descobri. Chorei baba e ranho. Ainda não ultrapassei este evento traumático.


E vocês? Partilhem nos comentários alguns factos natalícios sobre vocês.

( Foto: da minha autoria)

7.11.17

5 coisas que eu tive que aprender para deixar de querer agradar a todos

 5 coisas que eu tive que aprender para deixar querer agradar a todos

Quando era mais nova, eu odiava tudo o que envolvesse confronto e conflito. Eu era incapaz de dizer não a uma pessoa, fosse para que fosse. Por isso, muitas vezes, em vez de me defender e lutar por aquilo em que eu acreditava, eu sorria nervosamente.

Durante muito tempo, eu vivi neste impulso de querer agradar sempre a toda a gente. E embora isto, à primeira vista, possa parecer sinal de bom coração e generosidade, garanto-vos que não me ajudou lá muito. Muitas vezes, senti-me sozinha, porque muitas das relações que criava eram unilaterais. Senti-me insatisfeita por estar a conduzir a minha vida de acordo com as preferências dos outros.  E, sobretudo, senti-me exausta por estar a fingir ser uma pessoa que não sou.

A certa altura, o cansaço era tanto que percebi que tinha que mudar. Porque, caso contrário, as pessoas começariam a aproveitar-se de mim e, pior que tudo, eu não estaria a viver a minha própria vida. Não foi nada fácil. Infelizmente, este tipo de mudanças não acontecem de um dia para o outro. Durante tantos anos ( desde que me lembro, na verdade) tive esta tendência para agradar os outros que, a certa altura, isto já estava tão enraizado em mim, que o esforço para largar este mau hábito quase que equivaleu ao esforço que uma pessoa fumadora tem que fazer para largar o vício do cigarro.

Estaria a mentir se dissesse que já não sou assim. É certo que, a maior parte das vezes, já não me comporto desta forma. Mas, às vezes, ainda dou por mim a tentar agradar a alguém, e depois paro para pensar e penso " porque raio estou a fazer isto?".  Porque, por mais que queiramos, é impossível agradar a toda a gente ( acreditem, eu tentei, e não deu). Vai haver sempre alguém que vai discordar de nós, quanto mais não seja para ser do contra. Por isso, estar continuamente a tentar fazer coisas para satisfazer os outros vai acabar por ser mais prejudicial do que benéfico.

Para me libertar deste mau hábito, e chegar onde cheguei, tive que aprender 5 coisas pelo caminho.


1. Aprendi a dizer não: Se queremos parar de estar sempre a tentar agradar aos outros, esta é uma das primeiras coisas que devemos fazer. E também é das mais difíceis. Pelo menos para mim foi, pois até aí "não" era uma palavra quem nem sequer existência no meu vocabulário, tal era o meu medo de a dizer. A primeira vez que dizes "não" é a mais difícil. A partir daí percebes que as pessoas não ficam zangadas contigo por recusares x convite ou por teres x opinião. Além disso, ao dizeres "não" ganhas tempo para ti próprio(a) e para as pessoas que queres mesmo ajudar.

2. As melhores relações só existem com discussões e confrontos:  Quando decidi deixar de ser assim, descobri que as duas coisas que eu mais queria evitar, discussões e confrontos eram, na verdade, os componentes essenciais de um bom relacionamento. Nenhuma relação, nem mesmo as mais simples amizades, funciona sem estes dois ingredientes. A relação até pode existir, mas saudável não é de certeza. Todas as relações exigem esforço de ambas as partes, e muito desse esforço implica confrontar a outra pessoa quando há algum problema ou se discorda em algo, e trabalhar para ultrapassar os conflitos. Portanto, só conseguimos ter uma boa relação com as pessoas se formos honestos com elas.

3. As convenções sociais são arbitrárias e eu não sou obrigada a segui-las: Quem tem o instinto de querer agradar os outros também tem, naturalmente, tendência a querer encaixar-se nos padrões estabelecidos pela sociedade. Podem argumentar que certas convenções são necessárias para o bom funcionamento da sociedade, e eu não vou negar isso, mas muitas delas não são necessariamente " certas" ou " erradas". Eu cheguei a um ponto em que nem me precisei de esforçar mais para deixar de segui-las porque percebi o quão estúpido é seguir algo só porque assim foi estabelecido. Seguir estas condutas ditas " normais" só porque " sempre foi assim" ou " é a maneira como a sociedade funciona" não é para mim.

4. Eu consigo ( e devo até) desafiar o meu " eu" interior: Para deixar de querer agradar a toda a gente, eu tive que desafiar o meu " eu" interior, aquela vozinha na minha cabeça que insistia em dizer que eu estava a ser egoísta, má e que iria magoar os outros. A mesma voz que também dizia que eu iria acabar sozinha por estar a rejeitar seguir as " regras" da convivência em grupo. Essa voz ainda grita barbaridades dessas, mas eu já tenho argumentos prontos como " o mais importante é ser eu própria" ou " se algum grupo me rejeita, é porque não era o grupo certo para mim".

5. Antes de cuidar dos outros, tenho de saber cuidar de mim:  A maior lição que tive que aprender é que querer cuidar de nós próprios não é ser egoísta, é algo que todos nós necessitamos. Após tanto tempo a concentrar a minha energia nas necessidades dos outros, tive que aprender a pôr as minhas necessidades em primeiro lugar. Se não tivesse aprendido mais cedo, iria aprender agora na faculdade. Enquanto ( futura) enfermeira, eu não consigo satisfazer as necessidades dos meus pacientes se não satisfizer as minhas primeiro. Tenho que me sentir bem comigo mesma e com energia para poder gastá-la com os outros. Se eu tiver cansada, muito provavelmente, só vou fazer asneiras e ninguém beneficia com isso. A nossa primeira responsabilidade somos nós próprios. Só depois é que vêm todas as outras responsabilidades.


E vocês? Já tiveram este impulso de querer agradar a toda a gente? Como é que o deixaram de fazer?

23.10.17

Tenho a pele pálida- e não, não quero ter um bronzeado


" Porque é que és tão branca?". " Precisas de ir mais vezes à praia, para apanhar sol." Já perdi a conta ao número de vezes que ouvi frases como estas. De cada vez que regresso das férias de verão ou que conheço pessoas novas, existe sempre alguém que me manda comentários acerca da minha pele pálida e do meu  fracasso(?) em fazer algo "normal", que é ficar bronzeada.

Digo fracasso porque é aquilo que algumas pessoas parecem achar que é. Não quero estar aqui a generalizar, porque sei que muitas pessoas que me dizem isto não o fazem por mal (às vezes muito pelo contrário, há quem o diga só para brincar comigo), mas a maior parte das vezes dizem-me isto num tom depreciativo, como se algo mau se tratasse, e eu tivesse mesmo falhado. É isso e ficarem incrédulas com digo que me diverti bastante nas minhas férias ( a parte que não dizem, mas pensam é " se não bronzeaste, não podes ter-te divertido assim tanto...").

Primeiro de tudo, vamos aqui esclarecer uma coisa: eu não bronzeio, de todo. Zero, mesmo. Por mais que eu esteja ao sol, eu não vou ficar morena ( no máximo, fico toda queimada). E antes que me perguntem sim, já tentei de tudo. Já tentei usar óleos, comer cenoura crua, usar cremes que supostamente estimulavam a melanina, mas nada resultou. A minha pele não foi feita para estar exposta a muitas radiações. Foi feita para ser protegida do sol, para não se queimar, para evitar períodos demasiado longos de exposição ao calor. Por estes e por muitos outros motivos, eu nunca vou ser aquele tipo de rapariga que tem um bronzeado bonito e saudável.

Já me sentia insegura em relação à minha pele. Tal como já disse acima, já passei por uma fase em que experimentei tudo o que é possível e o imaginário, só para ser como as outras pessoas, só para ser "normal". E, quando (finalmente) percebi que eu nunca iria ficar bronzeada como os outros, passei outra fase a lamentar-me por isso. Felizmente, ambas as fases passaram. Agora, até sinto bonita assim. Se me perguntarem, não, eu não sinto vergonha de ter a pele assim. É a minha cor natural, é assim que nasci, e é esta a aparência que é suposto eu ter. Não há nada de errado nisso, exceto para certas pessoas, que acham que o único propósito das férias de verão é ter um bronzeado perfeito.

By the way, desde quando é que o grau de diversão das nossas férias é avaliado pelo tom da nossa pele? Eu posso não ter bronzeado, e ter me divertido à grande na mesma. Eu cá não vou para a praia com a única finalidadede bronzear. Vou para relaxar, passear, banhar-me no mar ou para simplesmente estar estendida a apanhar sol ( porque sim, eu estou deitada ao sol como as outras pessoas). Não julgo quem vá para a praia só para obter um belo bronzeado, só estou a dizer que existem muitas mais razões pelas quais uma pessoa vai à praia.

Mas mais do que estas pessoas que acham que esse é o único propósito da praia, aquilo que me choca mais são aquelas que defendem que ter a pele pálida não é saudável. É impressionante a forma como a sociedade age, como se ter a pele morena significasse ser "normal" e  ter a pele branca significasse que não somos saudáveis ou temos qualquer tipo de doença ( quando, para nós, ter a pele morena é que não seria saudável).  E desde quando é que ter a pele morena é considerada o "normal"? Há uns tempos atrás, ter a pele pálida era o ideal de beleza.

O nosso tom de pele não define o nosso valor, no verão ou noutra época qualquer do ano. Sim, eu nasci um bocadinho mais branca que os outros ( ou talvez demais ahahahah). Por vezes, era fixe poder ter um bronzeado como algumas raparigas, mas na maior parte do tempo sinto-me bem com isso.

Ter a pele morena é demasiado valorizado. Todos os tons de pele são bonitos à sua maneira. Sinto-me bem na minha própria pele (literalmente), é assim que sou e não quero mudar.

17.10.17

E se descobrem o meu blog?


Se há coisas que todos os bloggers, anónimos ou não, têm em comum é o medo dos seus blog serem lidos por pessoas que os conhecem. A ideia de estarmos a ser lidos por pessoas que nos conhecem, que convivem connosco no dia a dia, que estudam ou trabalham connosco é simplesmente demasiado constrangedora para nós. Fazemos sempre um filme na nossa cabeça: " E se gozam comigo por ter um blog?", " E se gozam comigo por escrever sobre isto ou aquilo?", " E se isto denigre a minha imagem e ,a partir de agora, passo a ser alvo de piada?", " E se nunca mais me levam a sério no meu emprego?" A lista de cenários trágicos que nos passa pela cabeça é longa e, seu eu continuasse, não saíamos daqui hoje.

Eu era mais uma das bloggers que tinha este medo irracional de ser lida por amigos e/ou pessoas conhecidas. Uma vez até escrevi um tweet a dizer que, se a minha turma toda da faculdade ( que tem cerca de 100 alunos) lesse o meu blog, eu provavelmente morria de vergonha ahahah. Eu já devia ter aprendido a não desafiar assim a vida mas, como sou teimosa e não aprendi, aconteceu mesmo.

Recentemente, a minha turma descobriu o meu blog. Antes que eu me habituasse à ideia de ser lida pelos amigos, já estava a ser lida pela turma inteira. Pelo pouco que sei ( porque os espertinhos dos meus colegas não me disseram nada), uma rapariga soube, foi partilhando e, em pouco tempo, toda a gente sabia. As turmas universitárias são muito grandes, meus amigos,  mas as notícias "bombásticas" espalham-se depressa. E digo " bombástica" porque acho que ninguém estava a contar que uma rapariga tão calma e calada como eu na realidade escrevesse tanto online.

Olhando para trás, agora que o choque inicial já passou, até foi bastante engraçado ver a reação das pessoas mas, sobretudo, ver o quanto exagerada a minha foi. Como a Inês sempre disse, "os dramas e os filmes que fazemos por causa do nosso blog, estão quase sempre na nossa cabeça". A maior parte das vezes, o feedback que recebemos é bastante positivo, o que acaba por provar que todos os nossos receios foram desnecessários. Mesmo que a reação inicial das pessoas seja " que escândalo!", isso passa-lhes. Passado alguns dias, as pessoas já nem sequer se lembram disso, já não falam sobre isso, já não ligam nem mandam mensagens por causa de posts, e nós continuamos a escrever como sempre fizemos. No momento em que estou a escrever este post, provavelmente metade da minha turma já nem me lê ( e se me lêem, olá coleguinhas). Eu cá continuarei a escrever como sempre fiz.

Por isso, se és um daqueles bloggers que tem medo de ser lido por familiares, amigos ou pessoas conhecidas, larga esses receios. As coisas são sempre dez vezes piores na nossa cabeça. Na realidade, as coisas nunca são assim tão más. Não precisas de andar aí a gritar às pessoas " hey, tenho um blog, sigam", mas também não precisas de andar a escondê-lo. Existem, obviamente, muitas razões para não querer divulgar um blog ou para o mesmo ser anónimo ( e ter um blog anónimo é tão válido coo ter um público), mas se tens vontade de partilhar o teu blog, partilha. Quem sabe, se não ganharás mais seguidores. Quem sabe, se o teu grupo de amigos não se torna no teu clube de fãs ( como é o caso do meu grupo de amigas, que apoiaram logo que souberam e que estão tão ou mais entusiasmadas do que eu. Obrigada mais uma vez, meninas). Ou, simplesmente, a reação das pessoas torna-se numa história engraçada. Qualquer que seja o cenário, nunca será igual aos filmes que fazes na tua cabeça. Porque, afinal, ter um blog não é vergonha nenhuma. É apenas um passatempo ou um projeto, como qualquer outro. Por isso, porque não partilhar?

(Foto: Amber McNaught)

3.10.17

5 razões pelas quais eu devia ser britânica

 5 razões pelas quais eu devia ser britânica

Não me interpretem mal, eu adoro ser portuguesa e adoro Portugal. Achei importante começar o post a dizer isto, porque caso contrário ainda era exilada ahahah.

Posto este pequeno esclarecimento, eu, às vezes, penso que devia ter nascido britânica. Acho que ocorreu um erro qualquer, e me mandaram para o sítio errado. Chega a ser assustador a maneira como eu penso, ajo e até me pareço com uma britânica ( já me chegaram a confundir com uma, true story). Ok, a minha pronúncia britânica é horrível, mas esqueçamos esse pequeno pormenor. Apesar de adorar ser portuguesa, não me importaria nada de ser britânica, e aqui estão algumas razões pelas quais eu poderia facilmente ser uma.


1. Eu adoro chá: Ok, eu quando era criança não gostava, mas vamos fingir que isso não aconteceu ( eu era muito esquisita quando era criança, ainda sou na verdade ahahah, mas já fui mais). Eu agora adoro chá. No inverno, é a minha bebida de eleição. Mas o melhor chá que eu bebi foi em Londres. Eu não sei o que lhe metem dentro, mas lá o chá é mesmo tão bom, era mesmo divino!

2. Adoro a  Família Real: Na verdade, eu sou um pouco obcecada com a Família Real Britânica, mesmo! Eu sigo todos os passos deles, leio notícias deles, paro tudo quando os vejo na televisão ( by the way, acompanho o William e Kate desde que se casaram, ainda me lembro do dia de casamento deles, eu e mais umas amigas minhas a acompanhar em direto no computador enquanto estávamos na escola)... Há quem goste de ver futebo, outros gostam de ver novelas,eu cá gosto de ver e acompanhar tudo sobre a Família Real. Não os acompanho por querer ser como eles ( porque aquilo seria demasiado protocolo para mim e eu gosto de ser uma pessoa independente), mas divirto-me a vê-los.

3. Tenho a pele muito pálida: Tal como já confessei aqui, eu tenho uma pele mesmo muito pálida, quase como papel. Quando vou para o Algarve, eu faço contraste no meio de tanta gente morena ahahah. Aqui em Portugal pessoas como eu estão sempre a levar com comentários a toda a hora, do tipo " porque é que não te metes ao sol?". O único sítio onde eu não ouvia estas coisas foi em Londres. Lá era tudo tão ou mais branco do que eu. Inglaterra é o paraíso para pessoas com a pele pálida como eu!

4. Sou super pontual: Também já partilhei com vocês aqui que eu sou super pontual. Mesmo muito, o meu pai até costuma dizer que eu sou pior que um relógio britânico ahahahah. Aqui há demasiadas pessoas que se atrasam ( começando pelos meus amigos, se estão a ler isto comecem a chegar-me mais cedo senão cancelo tudo!). Em Inglaterra é tudo muito mais fixe, as pessoas levam todos os compromissos mesmo a sério, não se atrasam nem um minuto.

5. Eu sou extremamente bem educada:  Um amigo até me pode estar a irritar-me propositadamente   ao não sair da minha frente que, eu em vez de gritar " sai da frente!" vou dizer " se não te importares, podes desviar-te para o lado por favor? Obrigada". E por falar em "obrigada", eu estou sempre a dizer esta palavra, ou essa ou então "desculpa". Sou daquele tipo de pessoas que pede desculpa por esbarrarem contra mim, ou por me esbarrar contra objetos inanimados, isto só para perceber o grau da panca que tenho. É um vício terrível que eu tenho, não consigo evitar. Os meus amigos já começaram a fazer terapia de choque em mim, se eu disser " obrigada" ou "desculpa" mais uma vez, levo uma lambada deles.


Sou a única que sente que devia ser britânica?

2.10.17

10 coisas que eu odiava em criança mas que agora adoro

 10 coisas que eu odiava em criança mas que agora adoro

Quando eu olho para trás, para os tempos em que ainda era criança, há sempre três coisas que me ocorrem na cabeça. A primeira é " Eu era uma croma!", a segunda é " Quem me dera poder voltar a ser criança..." e a terceira é " Espera, como assim eu não gostava daquilo?".  É verdadeiramente impressionante a quantidade de coisas que eu odiava em criança mas que agora adoro, e estes são apenas alguns exemplos.


1. Receber dinheiro como presente: Quando eu era criança, eu só queria receber brinquedos como presentes de aniversário ou de natal. Por isso, ficava mesmo irritada quando recebia dinheiro porque, para além de não poder ir às compras sozinha para começar, era obrigada a pô-lo na poupança. Hoje, adoro receber dinheiro, e dá imenso jeito quando se anda na faculdade, onde se tem sempre muitos gastos, além de também dar jeito para comprar livros ou maquilhagem.

2. Receber roupa como presente: Assim como não gostava de receber dinheiro como presente, também não gostava de receber roupa. Era uma desilusão para mim de cada vez que algum tio/tia me dava um embrulho, e de lá saía um pijama ou uma camisola. Agora recebo de bom grado roupas. Quantas mais peças de roupa melhor, mais looks dão para fazer.

3. Beber café: Quando eu era criança, odiava o saber a café. Achava que aquilo era muito amargo. Nem sequer gostava do cheiro. Porém, de alguma forma misteriosa, quando cheguei aos meus 16 anos, eu comecei a gostar de café e a bebê-lo regularmente. Agora, era o meu vício até à relativamente pouco tempo, quando tive de deixar de beber por causa dos meus problemas de estômago.

4. Beber chá: Assim como não gostava de café, também não gostava de chá. Basicamente, quando era criança, o que eu queria mesmo era beber refrigerantes. Tudo o que não fosse refrigerante eu odiava ( felizmente, eu era uma criança saudável, porque a minha mãe controlava o consumo dessas bebidas). O chá enjoava-me, e odiava quando ficava doente e me obrigavam a beber isso. Hoje, não só eu já não ligo muito a refrigerantes, como adoro beber chá, principalmente chá de camomila, para relaxar e me aquecer no inverno.

5. Ver o telejornal ou ler notícias: Antigamente, eu ficava aborrecida de morte quando tinha que estar com os meus pais a ver o telejornal. Suponho que seja assim com todas as crianças uma vez que, nessas idades, não percebemos nada de assuntos sobre política ou sobre a atualidade. Agora, costumo sempre ver um pouco do telejornal depois do jantar e, quando não é possível ver na televisão, mantenho-me a par de tudo nas redes sociais.

6. Fazer compras no supermercado: Se há sítio onde eu odiava entrar em criança era no supermercado. Além de ter muito medo de me perder, aborrecia-me ter que estar no supermercado meia hora, à espera que os meus pais comprassem tudo aquilo que precisavam. Nem a ideia de poder escolher um doce ou um chocolate para levar me animava. Hoje em dia, não só adoro fazer compras no supermercado, como muitas vezes sou eu que fico encarregue de fazer a lista de compras e de abastecer a casa.

7. Ir para a cama cedo: Acho que este ponto não é só eu, acho que todas as crianças odeiam ir para a cama cedo. Quando somos novos, andamos sempre com a pica toda, e a última coisa que nos apetece à noite é ir dormir. Queremos brincar mais, ver um filme, ligar aos amigos... Quando chegamos a adultos, porém, são 22 horas, estamos a tentar ver TV, mas os nossos olhos já nos traem ahahahah. Em nova, eu não dormia mesmo nada, ficava acordada até tarde a ver filmes ou a ler, mas agora deito-me sempre cedo, às 23 h e acordo às 7 h, mesmo nas férias. O dia parece muito maior quando nos deitamos e acordamos cedo, na minha opinião.

8. Tomar banho: Nem imaginam o quanto eu odiava tomar banho quando tinha 4 anos. Quase que era preciso amarrar-me e atirar-me para a banheira ahahahah. Eu tinha medo à água, pensava que me ia afogar ( eu era um croma em criança, já deu para perceber). Agora que cresci, além de perceber que tomar banho é essencial para a minha higiene e saúde, é um momento em que relaxo, penso na vida e até faço brainstorming. O banho é um lugar incrível para ter ideias. As ideias dos melhores posts que já escrevi para o blog surgiram precisamente neste momento de higiene.

9. Coisas sem açúcar: Quando era nova, se algum alimento não tinha açúcar, eu já não o queria. Agora, alimentos sem açúcar ou pobres em açúcar são aliados no estilo de vida saudável que tento manter.

10. Ficar sozinha em casa: Nenhuma criança gosta de ficar sozinha em casa. Além de ser aborrecido não ter com quem brincar ou falar, é assustador. Temos medo que entre algum ladrão, que apareça um monstro, ou que os nossos pais nunca mais voltem. Porém, em adultos até agradecemos. Pelo menos, eu agradeço. Gosto de ficar sozinha em casa de vez em quando, para poder recuperar energias, relaxar ou estudar sem ninguém a interromper-me.


E vocês? O que é que odiavam quando eram crianças e agora adoram?

22.9.17

Avó, dás-me os teus olhos?


Quando eu era criança, era esta a frase que dizia à minha avó sempre que a via, em jeito de cumprimento. A minha avó tem uns lindos olhos azuis como o mar. Eu sempre quis ter olhos assim mas, infelizmente, a genética não jogou a meu favor, e fiquei com castanhos, tornando-me dos poucos elementos da minha família que não tem olhos claros. Não me interpretem mal, eu gosto da cor dos meus olhos, mas há algo nos olhos azuis que me encanta, a profundidade que confere ao olhar, que dá uma certa aura de mistério mas, ao mesmo tempo, dá a sensação que estamos a olhar para a alma da pessoa.

Por causa deste desejo, sempre me encantaram os olhos da minha avó. Eu, com a minha inocência própria da infância e a minha maluquice característica, dizia sempre à minha avó que, quando morresse, eu não queria saber do dinheiro dela, de jóias ou de qualquer outro bem material que lhe pertencesse. Só queria ficar com os olhos dela. E, passada a fase inicial em que ela me tentou convencer, em vão, que tal não era fisicamente possível, ela fez-me essa promessa.

Obviamente que hoje sei que nunca teria olhos azuis ( e, sinceramente, nem que tivesse a opção de tê-los sem recorrer a lentes de contacto, através de uma cirurgia inovadora qualquer, eu já não ia querer). Porém, ainda hoje mantenho esta promessa com a minha avó, mais por brincadeira do que propriamente como um acordo sério. De cada vez que lhe pergunto o que me vai deixar para testamento, a resposta é sempre a mesma: os seus olhos. É a nossa inside joke. Arriscaria dizer que a mulher é maluca o suficiente para meter mesmo isso no testamento, só mesmo para nos fazer rir uma última vez. 

Aconteça o que acontecer na minha vida, mude o que mudar, uma coisa é certa: os olhos da minha avó serão sempre meus, nem que seja só no meu imaginário, e estarão sempre a olhar por mim, de forma atenta mas carinhosa.

7.9.17

Tenho 20 anos e nunca estive numa relação amorosa

 Tenho 20 anos e nunca estive numa relação amorosa

Leram bem o título. Tenho 20 anos e nunca estive numa relação amorosa. Nunca tive nenhum namorado, amigo colorido ou uma relação de uma noite. E não, nunca fui beijada. Decidi partilhar isto com vocês porque sei que existem muitas pessoas por aí na mesma posição do que eu, mas que têm vergonha de o admitir. Além disso, quero mostrar-vos o que realmente é nunca ter estado numa relação aos 20, sem cair no estado depressivo/desesperado em que é sempre relatado quando pesquisam isto no Google. Quero mostrar-vos que isto não deixa necessariamente uma pessoa num estado de tal forma desesperado que nos apetece andar com um cartaz colado às costas " Namorado/a, precisa-se!" nem que queremos ser alvo de piedade. Quero dar-vos uma versão mais real do que realmente é, na primeira pessoa.

Quando eu era criança, eu lembro-me perfeitamente de ver entusiasmada todos os filmes da Disney, sonhando vezes sem conta com o dia em que também eu encontraria um príncipe encantado ( obviamente que esse conceito foi, mais tarde, substituído pelo conceito de namorado). Entretanto cresci, fui para o Básico, e comecei a ver muitas rapazes e raparigas a terem os seus primeiros amores.  Quando não tive um namorado no Básico, eu não estava preocupada, ao início. Pensava que, eventualmente, iria chegar a minha vez. Contudo, à medida que os anos foram passando, eu nunca tive nenhum. No fim do Básico, com 15 anos, interroguei-me a mim mesma:o que raio de errado se passa comigo? Não sou bonita o suficiente? Não sou inteligente o suficiente? Não interajo bem com as pessoas? Eu lembro-me de passar horas ou a massacrar-me por nunca ter tido um namorado e a pensar na possibilidade nunca vir a ter, ou a pensar em maneiras de ser mais bonita, mais inteligente ou mais engraçada. .

O Secundário revelou-se igualmente infrutífero no campo amoroso. Achava que esta etapa seria um novo começo, numa nova escola, com muitos rapazes que poderia conhecer e com quem poderia namorar. Porém, continuou tudo igual. Assim, eu continuei a questionar o meu próprio valor. Estava a chegar a um ponto em que esta situação estava a dar cabo da minha autoestima. Cheguei mesmo a acreditar que estava destinada a ficar para sempre solteira.

Só aos 17 anos é que comecei a perceber que não existia nada de errado comigo. Eu nunca tive culpa de nunca ter tido uma relação amorosa.  Percebi que era e que sempre fui uma rapariga interessante, bonita e inteligente. Eu nunca encontrei uma razão para o facto de nunca ter tido namorado porque simplesmente esta nunca existiu. Foi apenas um resultado do ambiente em que vivi, das circunstâncias da minha vida e de talvez, um pouco de azar. Olhando para trás, eu interessei-me por muitos rapazes, e até existiram muitos rapazes a interessar-se por mim ( embora eu não os tenha visto logo, porque a voz insegura da minha cabeça dizia que nunca ninguém se interessaria por mim). Mas, simplesmente, nunca aconteceu eu estar interessada por uma pessoa e, simultaneamente, essa pessoa estar interessada por mim.

A partir do momento em que eu (finalmente) cheguei a esta conclusão, parei a minha busca desesperada por uma cara metade. Comecei a concentrar todas as minhas energias no melhor relacionamento que poderia ter: um relacionamento comigo própria. A verdade é que, se não me amar a mim própria, ninguém amará. É um cliché, but its true. Assim, passei mais tempo a cuidar mais de mim, a apreciar-me e respeitar-me mais, e a fazer outras coisas que melhoraram a minha vida: estudar, estar e sair com os meus amigos, ir a festas, ler, viajar... E, como que por magia, isso começou a fazer com que mais pessoas se interessassem mais por mim ( até alguns rapazes).

Este post seria mais feliz se eu dissesse que arranjei um namorado agora, na faculdade.  Não, ainda não arranjei ( embora o meu amor próprio já tenha atraído rapazes com quem cheguei a sair). Mas a diferença agora é que já não vivo com esta preocupação constante. Aceito tudo o que a vida me dá, e vou divertindo-me pelo caminho. O que tiver que ser será, e não vou sofrer por antecipação.

Apesar de ser feliz como estou, estaria a mentir se dissesse que me sinto alegre o tempo todo. De vez em quando, sim, sinto-me sozinha. Gostava de ter alguém na minha vida, obviamente.  Lembro-me disto todos os dias, não dá para passar dias ou semanas sem pensar nisto. Se não for um casal que vejo na rua, são os livros, filmes e séries que mo relembram. Se repararem não há um filme ou uma série que não envolva um romance. Se entrarmos nos filmes de adolescentes, nesses então nem se fala! Isto porque, quer queiramos admitir ou não, todos nós desejamos viver um grande amor, em algum momento das nossas vidas. Pode não ser o nosso principal objetivo, mas todos nós o desejamos. Contudo, tenho aprendido a viver um pouco através desses romances reais e  fictícios em vez de deixar que estes me relembrem que nunca tive um. Tenho aprendido a olhar para eles com um sorriso na cara e com esperança, em vez de me deixar dominar pela inveja. Entretanto, continuo ocupada com a minha vida, a estudar, a divertir-me com os meus amigos e a fazer o que mais gosto.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não, eu não tenho expetativas demasiado elevadas, nem vivo " dentro de uma bolha" ( muito pelo contrário, como já devem ter percebido pelo que leram). Apenas não aceito menos do que aquilo que mereço e não estou disposta a namorar com a primeira pessoa que me aparecer à frente, só para perder a minha virgindade em relacionamentos. Prefiro deixar as coisas acontecerem naturalmente. Quando tiver que acontecer, acontecerá. Talvez um dia ainda coneça alguém com quem vou namorar. Quem sabe se já não conheci mesmo essa pessoa. Entretanto, aqui estou eu, disposta a ser feliz, todos os dias, independentemente das circunstâncias.

Para aqueles que estão no mesmo "barco" do que eu, eu gostaria de deixar uma mensagem: o vosso valor não se define pelo facto de já terem tido um namorado/a ou pelo número de relacionamentos que tiveram. Vocês são muito mais que isso. São os vossos interesses, as vossas paixões, os vossos objetivos, as vossas qualidades, as pessoas com quem convivem. Nunca acreditem, nem por um segundo que seja, que nunca tiveram um namorado/a porque não valem nada. De certeza que vocês são pessoas bonitas e  interessantes. Simplesmente, ainda não aconteceu. E enquanto não acontecer, não desesperem, sejam felizes.