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2.8.17

Porque é que eu nunca vou fazer uma tatuagem


Eu sei, eu sei, nunca se deve dizer nunca, mas há coisas que eu tenho quase a certeza que nunca irei fazer, e umas delas é tatuagens... Não, não é que tenha alguma coisa contra, já vão perceber porquê.

Se há uns anos atrás, quem tinha tatuagens era marginalizado, agora já é considerado normal. Tatuagens discretas já vão sendo aceites em advogados, enfermeiros, as mulheres também já fazem tatuagens a comemorar o nascimento de um filho,... Ter uma tatuagem já não é sinal de rebeldia, representa mais uma marca no nosso corpo que conta uma história.

Há uns anos atrás, quando eu tinha 13 anos, dizia que, quando chegasse aos 18, iria fazer uma tatuagem. Não o faria antes porque os meus pais não me davam autorização para tal, mas gostava da sensação de chegar aos 18, fazer uma tatuagem, e eles não poderem fazer nada para o impedirem ( era um bom plano, mas pensando melhor agora, eles obrigariam-me a remover a tatuagem com laser ou expulsar-me-iam de casa). Planeava fazer uma tatuagem de andorinhas, que representava a minha liberdade, e o espírito independente que sempre tive.

Agora, aos 20 anos, penso de forma completamente diferente. É incrível como mudámos tanto com o passar dos anos, não é? Agora, não pretendo fazer nenhuma tatuagem e, provavelmente, nunca o farei.  Não tenho nada contra as tatuagens nem quem paga para as fazer, aliás, até gosto de admirar tatuagens quando são bem feitas e têm um significado por trás. Contudo, não consigo imaginar uma no meu corpo por diversas razões.

Em primeira lugar, fazer uma tatuagem exige um compromisso permanente, que muito dificilmente será quebrado. Ao fazer uma, estamos a comprometermo-nos a deixar uma marca permanente no nosso corpo, para o resto da nossa vida. Assim, é importante saber bem se é aquilo que queremos e que design queremos ao certo. Decidir não ter uma tatuagem é, na verdade, um compromisso por si só, mas que pode ser mudado a qualquer momento ( embora eu duvide muito no meu caso), ao contrário de uma tatuagem que, uma vez feita, não há forma de voltar atrás.

E por falar em design, esta é também uma das razões pelas quais eu não faço uma tatuagem. Eu sou uma pessoa um pouco indecisa e, como quase todas as pessoas, os meus gostos vão mudando com os anos. Por isso, pedirem-me para escolher um desenho para a minha tatuagem, que ficasse no meu corpo para sempre, seria uma decisão demasiado grande para suportar. Além disso, com a escolha de um desenho, vêem outro tipo de decisões, que acabam por ser compromissos, como o local ( e se é muito ou pouco tapado), o tamanho, as cores, tipo de letra... São demasiadas decisões permanentes para suportar. 

Por estas e por muitas outras razões eu, provavelmente, nunca irei fazer uma tatuagem. Digo provavelmente para o caso de, daqui alguns anos, decidir, assim na loucura, fazer uma, e não ter ninguém a espetar-me com este post na cara. Contudo, é um cenário muito improvável.

Apesar de tudo, admiro bastante as pessoas que têm coragem suficiente para fazer uma tatuagem. Comprometeram-se para sempre a algo, a uma marca no corpo, independentemente do que seja. É preciso ter muita segurança e certezas para afirmar algo e gravá-lo para sempre. Porque uma tatuagem é, para todos os efeitos, uma afirmação da nossa personalidade.