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28.6.17

O aborrecimento não existe


Há uma frase muito gira que eu encontrei num livro . É de David Foster Wallace, que dizia, passo a traduzir " Não ser aborrecido... é a chave para a vida moderna. Se tu és imune ao aborrecimento, não há literalmente nada que não consigas alcançar". Identifiquei-me tanto com esta frase, e percebi que esta descreve a minha vida.

Quando era mais nova, e chegavam as férias de verão, também conhecidas como " férias grandes", eu dizia sempre " este ano é que vai ser!" Divertia-me imenso nos primeiros dias, sempre cheia de planos, mas passado uma semana, já me ouviam a dizer a frase " Não tenho nada para fazer.". Aborrecia-me. Aborrecia-me porque achava que não tinha nada para fazer, que estava sempre fechada em casa, e que a minha rotina era sempre a mesma: acordar, comer, ver televisão, jogar, dormir e repetir.  Não fazia mais nada para além disso.

Porém, a verdade é que também não me esforçava. Não me esforçava para ter novas ideias, para tentar fazer algo novo, ou para simplesmente mudar a maneira como fazia as coisas. Limitava-me a fazer o mesmo de sempre, culpando os meus pais por não me deixarem sair tanto quanto gostaria, e lá continuava eu, sempre na mesma rotina. Agora que olho para trás, apetecia-me bater a mim própria por achar que o aborrecimento é algo que existe.

Na verdade, o aborrecimento não existe- pelo menos, não da maneira que pensamos que existe. O aborrecimento é algo subjetivo. Se pensarmos bem, não há nada neste mundo que seja universalmente aborrecido. Para mim, economia é aborrecido, mas para muitos colegas meus é fascinante. Para eles, estudar doenças é aborrecido, mas para mim é muito interessante. O que para uns é aborrecido, para outros é fascinante.

Se achas que algo é aborrecido é porque, provavelmente, estás no lugar errado, ou simplesmente estás a fazer algo de forma errada. A partir do momento, em que certo verão, por volta dos meus 14 anos, me apercebi disto, comecei a mudar a forma como fazia as coisas, a ver programas e filmes mais interessantes na TV, a jogar aquilo que realmente me divertia, e passei a fazer mais daquilo que realmente adoro, como ler e escrever, paixões que me levaram a criar este blog, que me introduziu outras tantas coisas.

O aborrecimento não existe se nos deixarmos guiar sempre pela nossa curiosidade, pelas nossas paixões e, sobretudo, pelos nossos sonhos. Se nos guiarmos por isto, é como diz David Wallace, não há nada que não consigamos alcançar.