O medo de não ser original é algo que assombra muitos artistas, como cantores, escritores, pintores, até bloggers. Muitos bloggers, por exemplo, preocupam-se com o facto de as suas ideias não serem originais, serem banais, "muito batidas", que muito provavelmente já foram realizadas por alguém, por isso não vale a pena realizá-las também.
Num mundo em que quase tudo já foi inventado ( ou pensado, no caso de diversas teorias), não sejam ingénuos ao ponto de acreditarem que ninguém teve a mesma ideia que vocês tiveram. Se vos surgiu alguma ideia genial agora, é muito provável que esta já tenha surgido a alguém antes. Esse alguém pode ou não a ter realizado, mas quase de certeza que já pensou no que vocês pensaram.
Portanto, a preocupação excessiva que todas as pessoas têm, hoje em dia, em ser originais, é um bocado inútil. Aprendi isto ao ler o livro " A Grande Magia". Segundo este livro é mais importante ser-se autêntico do que ser original. Aprendi tanto com este livro, e achei este ponto particularmente interessante, por isso achei que merecia um post.
Como a autora referiu e muito bem, Shakespeare cobriu praticamente todos os enredos existentes, como amor, traição e suicídio, mas isso não impediu os escritores dos séculos seguintes de voltarem a explorar esses mesmos enredos.
Não há mal nenhum em repetir os mesmos temas. Aliás, até é algo quase inevitável. Não há mal nenhum em sentirmos os mesmos impulsos que a geração anterior, a geração seguinte muito provavelmente também os vai sentir. Existem perguntas e sentimentos para os quais os seres humanos procuram respostas há anos e ainda não encontraram, por isso é normal nós também sentirmos a mesma necessidade para encontrar essas respostas.
Vocês devem estar agora a pensar " Esta gaja está a sugerir que nos plagiemos uns aos outros?" Não, não estou a sugerir isso. Até sou contra isso. Apesar de escritores/bloggers de todo o mundo escreverem sobre as mesmas ideias, a maneira como as abordam é totalmente diferente. Cada pessoa tem uma visão muito própria e pessoal das coisas, e é isso que torna uma obra tão especial. Escrever sobre os mesmos temas não é plagiar desde que explicitemos a nossa própria visão.
Tal como a autora deste livro, Elizabeth Gilbert, à medida que vou crescendo, a originalidade comove-me cada vez menos. Hoje em dia, a autenticidade comove-me muito mais. Ao tentarmos ser originais poderemos criar algo demasiado forçado. Porém, se formos autênticos e genuínos em tudo aquilo que criamos, já seremos originais, porque o que quer que seja que tenhamos criado, terá a nossa marca, a nossa personalidade, personalidade esta que é única e que mais ninguém neste mundo tem.
A verdadeira essência da criatividade é colocar um pouco de nós em tudo aquilo que criamos.
