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1.5.17

19 coisas que aprendi com 19 anos


Amanhã faço 20 anos. Tendo em conta alguns psicólogos ( porque, nesta cena das faixas etárias, eles nunca se entendem), amanhã deixarei de ser adolescente, e começarei a minha vida adulta. Cá entre nós, ainda me sinto uma criança e, na verdade, nunca me sentirei uma adulta, porque haverá sempre algo que não sei fazer, e nunca me sentirei " segura e com tudo descoberto".

Com 20 anos parece que ainda sou muito nova, que ainda não sei nada, mas 20 anos são duas décadas de vida, duas décadas em que já vivi muito, em que já passei por muita coisa, em que já ultrapassei muitos obstáculos, fiz grandes conquistas, realizei muitos sonhos, vi muita coisa, fiz muitas amizades,... Ainda tenho muito para viver, isto é só o início, porém já aprendi bastante.

Aproveito o meu último dia ( ou melhor, as minhas últimas horas) com 19 anos para fazer um balanço de tudo aquilo que aprendi durante este ano. O meu blog é um espaço público e de partilha, mas também acaba por ser um espaço onde vou documentando a minha vida, pelo que ficarão aqui registadas 19 coisas que aprendi com 19 anos, e que me lembrarei durante toda a minha vida.


1. Sou capaz de mais do que aquilo que penso: Sim, parece que foi preciso chegar aos 19 anos para aprender isto, finalmente. Este ano, estagiei num serviço de Oncologia, um serviço muito duro psicologicamente, em que a morte era uma realidade com a qual tinha que lidar diariamente. Vou ser sincera, durante semanas achei que não seria capaz de terminar este estágio. Andava mesmo em baixo, pressionada por estar a ser avaliada e triste por ver tanta desgraça num mesmo lugar. Contudo, a certa altura do estágio, disse a mim mesma que tinha de ser corajosa, que tinha de esquecer o medo de ser avaliada, e de ir para lá fazer o que realmente era suposto, aprender. E, não só aprendi imenso sobre enfermagem e sobre a vida, como aprendi que sou capaz de muito mais do que aquilo que penso. Aprendi que, se me esforçar o suficiente, consigo tudo aquilo que quero, por mais difícil que pareça.

2. Rir é mesmo o melhor remédio: Como sabem, sou uma pessoa que sofre mais de ansiedade do que aquilo que gostaria de admitir e, por vezes, também sou insegura. No entanto, não há nada que combata melhor a minha ansiedade do que rir. Seja a ver um filme de comédia, a conversar ou a fazer coisas estúpidas, rir consegue-me aliviar muita da tensão que acumulo no meu dia a dia. Portanto, agora, quando me encontro numa situação bastante stressante, tento sempre fazer alguma piada com esta, porque é melhor rir do que estar sempre a queixar-me.

3. Mas, por vezes, chorar é mesmo aquilo que precisamos: Rir é o melhor remédio mas, por vezes, a única coisa que precisamos é de chorar, para aliviar a tensão de uma situação difícil, ou para aliviar o stress após uma fase má. Às vezes, precisamos de passar um bom bocado a chorar, para depois nos sentimos melhor e estarmos prontos para outra.

4. Pensa menos, vive mais: Já partilhei aqui no blog que sou uma pessoa que pensa demais. É algo que, por vezes, é mais forte do que eu! Sou capaz de pensar meticulosamente em cada situação, e pensar em mil e uma maneiras em como essa pode correr mal. Porém, é algo que, ultimamente, tenho tentado combater. Existe muita coisa na nossa vida que foge do nosso controlo, por isso estarmo-nos a preocupar com estas é uma perda de tempo. Ao fim de 19 anos percebi que não vale a pena estarmos sempre a pensar demais e a analisar todas as situações porque, enquanto estou a preocupar-me, não aproveito para viver o presente e usufruir de tudo o que está à minha volta.

5. Se odiares o teu emprego, não há dinheiro que compense isso: Ter oportunidade de entrar no mundo de trabalho cedo ( ao estagiar) fez-me confirmar que, se odiamos o nosso emprego, não há dinheiro que compense isso. São muitas as pessoas que, hoje em dia, vão para x curso porque é o que dá mais saída, mas depois odeiam-no de morte. Para mim, só faz sentido estar em Enfermagem se gostar mesmo disto. Enquanto houver paixão por aquilo que faço, eu continuarei a trabalhar nisto. Não faria sentido se não fosse assim, principalmente numa profissão tão exigente como esta, em que estamos a lidar com a vida das pessoas. Não há dinheiro que compense o facto de nos sentirmos presos e miseráveis numa profissão. Sim, o dinheiro faz falta, e temos sempre que considerar as saídas profissionais antes de irmos para um curso, mas também temos que ter em consideração o nosso interesse ( ou a falta deste) pela área que escolhermos.

6. Eu precisarei sempre dos meus pais: Quando era mais nova, tinha a ideia de que, quando me tornasse adulta, já não precisaria dos meus pais, porque já saberia fazer tudo e seria independente. Mas agora que estou no início da minha vida adulta sei que isso não é verdade. Ainda não sou independente, ainda moro na casa dos meus pais, mas não preciso de sair de casa para perceber que precisarei sempre dos meus pais. Eu nunca saberei tudo, pelo que recorrerei sempre aos conselhos deles e, mesmo quando saiba fazer as coisas, precisarei sempre do apoio e amor deles. Não consigo nem acho que alguma vez conseguirei imaginar-me no mundo sem eles.

7. A indecisão é destruidora, na dúvida toma uma decisão ( mesmo que seja a errada): Aliada à minha ansiedade e ao facto de pensar demais, também sou uma pessoa indecisa ( uma combinação perfeita, ahahahah, eu sei). Todos nós temos indecisões, nem sempre é fácil fazer escolhas. O perigo das indecisões é que, se perdes demasiado tempo com estas, elas podem ser destruidoras, destruírem as tuas outras certezas, a tua confiança, os teus sonhos e tudo aquilo em que acreditas. Eu descobri que, na dúvida, mais vale tomar uma decisão na mesma, porque é melhor tomar a decisão errada do que não tomar nenhuma, e perder o controlo das coisas.

8. Se tu não acreditares em ti, ninguém acreditará: Algo que eu aprendi da pior maneira. No meu estágio em Oncologia, parte do motivo pelo qual a minha nota desceu foi porque, nas primeiras semanas, eu andava insegura e não confiava nas minhas capacidades. Aquilo que eu descobri mais tarde foi que, ao eu não acreditar nas minhas capacidades, estava a fazer com que os meus orientadores também não acreditassem. Por isso, mudei a minha atitude, comecei a confiar em mim mesma e, por sua vez, os orientadores também começaram a acreditar em mim. A vossa mãe pode acreditar sempre em vocês, mesmo quando vocês não acreditam, mas o resto das pessoas, principalmente as do mundo do trabalho, não acreditarão se vocês não acreditarem em vocês mesmos.

9. Não leves a vida demasiado a sério: A maior parte das coisas que nos chateiam ou nos preocupam são tão triviais se pensarmos naquilo que realmente importa na vida. Nós vamos morrer e vamos, por isso mais vale aproveitar enquanto cá estamos.

10. Porém, devemos aproveitar cada segundo desta: Não devemos levar a vida demasiado a sério, mas também não a devemos levar só na brincadeira e desperdiçá-la. Por outras palavras, por muito cliché que seja, só vivemos uma vez, pelo que devemos aproveitar todos os segundos para realizar os nossos sonhos, e estar com quem nós amamos. Nós nunca sabemos quando a nossa vida poderá mudar e, de um momento para outro, perdermos tudo ( algo que também aprendi em Oncologia).

11. No fundo, ninguém quer saber: Nós preocupamo-nos tanto com o que os outros pensam e, lá no fundo, ninguém quer saber. Muitas pessoas são, sim, cuscas e metediças mas, ao final do dia, elas só querem saber delas próprias. Todos nós andamos concentrados em nós próprios.

12. Só quando perdemos a nossa saúde é que realmente a valorizamos: Apesar de nem sempre ter tido o estilo de vida mais saudável do mundo, preocupei-me sempre com a minha saúde. No entanto, só quando fiquei mesmo doente este ano é que aprendi a valorizá-la realmente. Este ano, andei meses a fio mal disposta do estômago, sem conseguir comer nada. Fui a vários médicos, e ninguém conseguia descobrir o que eu tinha. Finalmente, depois de ter feito umas análises que revelavam valores da tiróide alterados, fui a uma endocrinologista e descobri que tinha hipertireoidismo, o que me estava a causar  o tipo de sintomas que estava a sentir. Ainda não melhorei completamente, mas assim que melhorar, acho que nunca na vida agradecerei tanto pelo facto de ter saúde. Passar por isto fez-me perceber que, de facto, a saúde é um dos bens mais preciosos que temos e, quando não a temos, faz bastante falta pois, sem esta, não conseguimos trabalhar, estar bem dispostos e, no geral, usufruir bem da vida.

13. O tempo passa mais depressa quanto mais velho/a ficas: Sempre me disseram que, a partir do momento em que eu fizesse 18 anos, a vida iria passar num ápice. E, de facto, é mesmo verdade! Parece que ainda foi ontem que fiz 18, e agora já vou nos 20! O tempo passa mesmo depressa, e eu consigo avaliar isso, sobretudo pelas férias de verão. Antigamente, as chamadas " férias grandes" pareciam uma eternidade de anos, eu estava sempre a queixar-me que não tinha nada para fazer e, quando voltava às aulas, já nem sabia pegar numa caneta ahahahahah. Agora, tenho quase os mesmos 3 meses de férias, mas parece que passam muito mais rápido, e que nunca são suficientes para fazer tudo o que quero. Cada vez o tempo passa mais depressa, pelo que tenho tentado aproveitar cada segundo ao máximo. 

14. Estou grata por ter nascido onde nasci: Numa altura em que metade o mundo está em guerra e a outra metade está a querer entrar numa, eu estou grata por ter nascido onde nasci. Estou grata por ter nascido num país sem guerra, livre, e em que posso ser o que quiser. Há tanto gente no mundo, neste momento,  a lutar contra a guerra, a lutar para ter liberdade e, sobretudo, a lutar para ter uma vida minimamente digna, em que possam ter, pelo menos, comida e um abrigo onde possam descansar. Ver estas realidades faz-me sentir uma privilegiada por viver da forma que vivo.

15. Há sempre beleza, até nos piores momentos: Há sempre beleza por detrás da dor . Todas as situações, por mais más que pareçam, têm o seu lado positivo. Quando estamos a passar por uma situação má, de sofrimento e/ou humilhante, é difícil ver isso, mas todas as situações têm uma beleza escondida, se estivermos dispostos a vê-la.

16. Às vezes, mais vale estar calado/a do que dizer asneiras: Quando não sabes o que dizer, não digas nada. Isto é válido tanto para uma conversa desconfortável com alguém, como para uma discussão. Muitas vezes, dizemos coisas da boca para fora, quem nem sentimos, mas que magoam imenso a pessoa com quem estamos a falar.

17. Celebra a vida, todos os dias: Nunca esperes para celebrar a vida. Não há momentos certos para celebrar a vida. Cada dia merece uma celebração. Seja o teu aniversário, uma promoção no trabalho, uma boa apresentação que fizeste, boas notícias que recebeste ou, simplesmente, o facto de teres ultrapassado um dia mau, celebra isso. Na maior parte das vezes, todas as pequenas coisas da tua vida acabam por contribuir para algo maior, por isso merecem ser celebradas.

18. Escrever faz bem à alma: Já perdi a conta ao número de vezes em que escrever me ajudou a ultrapassar fases mais difíceis da minha vida, refletir sobre algo ou, simplesmente, desabafar sobre algo. Escrever é uma espécie de terapia para mim. Também é um hobbie, algo que me dá prazer em fazer, e uma maneira de partilhar e documentar a minha vida, através do meu blog.

19. Envelhecer não é tão mau como parece: Quando era mais nova, tinha um medo aterrorizante de envelhecer. Dizia que queria fazer 20 anos, e ficar parada nessa idade para sempre. Embora ainda não me desagrade a ideia de ficar parada nos 20 ( ser jovem e bonita para sempre, que maravilha!), envelhecer já não é algo mau para mim. Se há algo que a vida me tem ensinado é que envelhecer pode ser bom, e até nos pode trazer coisas espetaculares!  Se soubermos aproveitar a vida como deve ser, envelhecer significará ganhar mais experiência de vida, aprender mais coisas, viver muitos bons momentos, e ter experiências fantásticas. No meio disto tudo, ganhar rugas é um pequeno preço a pagar.


Ler também: 18 coisas que aprendi com 18 anos.

1 comentário:

  1. Bem, acho que poderia fazer minhas todas as tuas palavras :) Revi-me tanto neste post!

    http://cidadadomundodesconhecido.blogspot.pt/

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